Filhotes: os cuidados nos primeiros dias de vida com cães e gatos

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O período pediátrico, entre o nascimento até,  aproximadamente, 6 meses de vida, é uma das fases mais importantes no desenvolvimento de cães e gatos. Os recém-nascidos e os filhotes são suscetíveis a inúmeras doenças e precisam de cuidados específicos para que tenham uma boa qualidade de vida, assim como um bom estado de saúde geral.

Porém, mesmo assim, muitos tutores desconhecem alguns processos necessários durante o crescimento e desenvolvimento dos cães e gatos, deixando de lado fatores importantes que fazem toda a diferença para a vida dos pequenos de quatro patas.

Pensando nisso, separamos algumas informações extremamente importantes para que você possa saber como construir uma rotina de cuidados com os filhotes nos primeiros meses de vida, protegendo-os para que cresçam saudáveis e felizes.

Antes de tudo:  você sabe o que é considerado um filhote?

Assim como os humanos possuem nomenclaturas diferentes para momentos e etapas diferentes da vida, os felinos e caninos não seriam diferentes. Na veterinária existem diferentes estágios para as fases de crescimento/desenvolvimento animal e cuidados específicos para cada uma 

Os conhecidos como neonatos são os filhotes recém-nascidos que têm poucos dias de vida e precisam de acompanhamento materno, além de cuidados mais intensos com sua temperatura, hidratação, glicemia, etc. Ou seja, são cuidados mais delicados e que exigem o acompanhamento de um profissional durante o seu desenvolvimento, especialmente em casos em que os animais sejam órfãos, por exemplo.

Os filhotes, por sua vez, são os pets que já passaram dos primeiros estágios de vida e estão com 2 a 6 semanas de idade, e estão passando por alterações anatômicas e comportamentais mais relevantes, além de necessitarem de uma alteração nos cuidados específicos para a sua proteção.

Esse período de mudança de neonato para filhote pode ser identificado por meio de algumas alterações do organismo como, por exemplo, pela abertura da pálpebra e do conduto auditivo, as quais acontecem entre a primeira e segunda semanas de vida. Já o controle voluntário de micção/defecação ocorre entre 15 e 25 dias de idade e a termorregulação adequada, após os 45 dias de vida em gatos e entre 28 e 30 dias em cães.

Como cuidar dos filhotes de cães e gatos?

Os cuidados com os pets filhotes exigem um acompanhamento profissional de um Médico-Veterinário. É importante ter as orientações devidas para acompanhar desde a gestação até o nascimento e crescimento dos filhotes. Entretanto existem alguns tópicos que você pode se atentar para colaborar efetivamente com o bem-estar dos cães e gatos.

Em caso de enfermidades, busque a ajuda adequada!

Alguns agentes infecciosos comumente acometem filhotes, sendo capazes de causar doenças graves. é necessário o comprometimento com a saúde dos animais nessa fase da vida estar atento a alterações, como perda de peso – ou a falta de ganho de peso, diarreia e hipotermia (temperatura corporal baixa), pois são sinais de alerta e demandem acompanhamento veterinário. Nesse sentido, também é fundamental entender que não são apenas “animais pequenos”, pois medicar filhotes sem a indicação de um profissional é extremamente perigoso.

Alguns cuidados gerais com os filhotes

Cuidar de um recém-nascido/filhote exige atenção redobrada! Caso o animal tenha acesso à mãe, é importante garantir que o neonato faça a primeira alimentação o quanto antes, para garantia de uma boa imunidade pelo colostro. Caso o animal seja órfão, a mãe não produza mais leite ou a ninhada seja muito grande, existem opções de sucedâneos comerciais que vão garantir uma boa nutrição durante esse período delicado, especialmente após mamar o colostro, pois o neonato precisará do leite para suprir todas as suas demandas nutricionais nessa fase de vida.

É importante que o animal seja sempre alimentado de barriga para baixo e com calma, para que o leite não seja aspirado. Ainda, a recomendação é que os neonatos sejam pesados todos os dias e em casos de perda de peso, um Veterinário deve ser consultado imediatamente!

Além do cuidado com a alimentação, o sistema termorregulador de cães e gatos ao nascimento ainda não é eficaz, os tornando-os extremamente dependentes de um bom manejo térmico, que é fundamental para que ocorra uma digestão adequada e não haja outras complicações – em filhotes, uma simples diarreia pode se tornar algo muito grave. Devemos mantê-los aquecidos, porém de forma gradual, sempre evitando mudanças bruscas de temperatura e contato direto com superfícies mais quentes.

Outro cuidado envolve a estimulação do intestino e trato urinário. Como os cães e gatos costumam apresentar o controle voluntário de micção e defecção somente a partir dos 15 dias de idade, é necessário que, em casos de animais órfãos, seja feita uma massagem na região, com o auxílio de uma gaze ou algodão umedecidos com água morna, simulando o que a mãe faria.

Como alimentar filhotes na adaptação das rações

O desmame é um processo que ocorre, geralmente, a partir da quarta semana de vida dos cães e gatos. Neste período, o leite materno comece a se tornar insuficiente para atender todos os requisitos nutricionais que o corpo do filhote precisa para crescer saudável e com uma boa qualidade de vida.

Nesse período é muito comum alguns tutores misturarem a ração com leite pasteurizado de vaca para facilitar a introdução alimentar aos grãos pelo canino ou pelo felino. Entretanto, o leite de origem bovina não deve ser utilizado, pois sua composição difere muito do leite da cadela e da gata, não sendo adequado para as necessidades nutricionais dos filhotes.

É recomendado que, neste momento, seja feita a introdução alimentar gradual, sem cortar bruscamente o acesso do filhote ao leite. Os felinos costumam ter uma alimentação mais seletiva, o que pode demandar mais tempo no processo.  Costuma-se observar uma tendência forte dos gatinhos a acompanharem o comportamento alimentar da mãe, então tente combinar isso para que eles tenham a nutrição adequada.

Importância do manejo correto de neonatos e filhotes

A fase inicial da vida de cães e gatos é uma das mais desafiadoras e demanda cuidados específicos, principalmente em casos de órfãos. É importante garantir um bom manejo alimentar, iniciando pelo recebimento do colostro e mantendo por meio da amamentação ou fornecimento de sucedâneos nas primeiras semanas de vida, associado à monitorização do ganho de peso, temperatura e alterações gastrointestinais, como diarreia. Cuidados com a estimulação da micção e defecção também devem ser incluídos.

O acompanhamento de um Médico-Veterinário durante esse processo é fundamental para que haja  um bom desenvolvimento do recém-nascido/filhote. O profissional irá lhe orientar sobre todos os cuidados necessários nesse período inicial, bem como os processos seguintes, como a introdução alimentar e protocolos vacinais.

É muito importante seguir os cuidados para a amamentação, manutenção da temperatura e evacuação do filhote, além de nunca utilizar receitas de sucedâneos sem a prévia validação e autorização do Médico-Veterinário. É fundamental seguir as instruções do rótulo dos sucedâneos comerciais, se forem utilizados, pois diluí-los em leite ou utilizar uma proporção incorreta pode gerar efeitos gastrointestinais indesejáveis.

Consulte sempre um médico-veterinário antes de tomar qualquer atitude em relação à alimentação, cuidados e medicação dos pets recém-nascidos e filhotes crescidos.

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