Obesidade canina e felina: saiba os perigos e os cuidados com seu pet

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Segundo um levantamento realizado pela Association for Pet Obesity Prevention (Associação de Prevenção de Obesidade em Pets, em tradução livre)  em 2022, houve um grande aumento da população de cachorros e gatos acima do peso (ou seja, em sobrepeso ou obesos) nos EUA, mas sabe-se que esse cenário também ocorre no  restante do mundo. Segundo o estudo, 59% dos cães e 61% dos felinos que vivem  no país norte -americano estão com sobrepeso com  grandes indicadores de atingirem a obesidade.

Ainda segundo a mesma associação, essa porcentagem tem apresentado um grande crescimento desde o ano de 2017, equivalente a 56% para os cães  e 61% para os gatos. Entretanto, ainda embasados nos mesmos entrevistados, uma grande porcentagem dos tutores considera a condição de seus pets como “normal”.

Em estudo realizado pelo Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, foi demonstrada uma prevalência de 40,5% de cães em sobrepeso e obesos na cidade de São Paulo. Outro estudo, da mesma equipe de pesquisa, do professor Márcio Brunetto (In Memorian), avaliou o escore de condição corporal em 601 cães e 110 gatos das regiões metropolitana e interior de São Paulo, investigando quanto os tutores concordaram com o escore real do pet, que é avaliado por um Médico-Veterinário (a fim de determinar se o pet está abaixo do peso, sobrepeso etc.).

Os resultados desse trabalho mostram que mais de 44% dos tutores de cães e 50% dos tutores de gatos subestimam o escore de seus pets, ou seja, eles tendem a visualizar que o pet está mais “magro” do que realmente está, de forma geral, mas essas porcentagens tendem a aumentar quanto maior o escore (ou seja, quanto mais próximo da obesidade está o pet, mais os tutores tendem a subestimar seu escore).

Por isso, os Conselhos Regionais de Medicina-Veterinária ao redor do Brasil, têm trabalhado na conscientização da obesidade e aumento de peso constante dos pets ao redor do país, uma vez que as estatísticas dos animais domésticos brasileiros estão se assemelhando às dos países ao redor do mundo. Neste artigo, vamos te explicar um pouco mais sobre a obesidade animal e os perigos que isso pode acarretar para o seu melhor amigo.

O que é a obesidade em pets?

Segundo o dicionário brasileiro o termo obesidade significa “excesso de peso caracterizado por uma participação da massa de tecido adiposo superior a 20 % no peso total do indivíduo”. Assim como os seres humanos possuem o IMC (Índice de Massa Corporal), os animais também possuem níveis recomendados de massa corporal adequada, considerando as condições de saúde preexistentes,o porte e a raça do animal.

O aumento de peso e, por consequência e causa, o sedentarismo, podem impactar diretamente no bem-estar e na qualidade de vida dos pets de forma a ocasionar doenças metabólicas e endocrinológicas (que diz respeito ao sistema hormonal, relacionado a doenças como diabetes mellitus, hipercorticismo, hipotireoidismo, entre diversas outras).

Como é causada a obesidade animal?

A resposta para essa pergunta pode ser uma combinação de fatores, como: alimentação inadequada, nível de atividade física e doenças predisponentes. A obesidade em pets é provocada, principalmente,  pela má gestão alimentar dos animais. Muitos tutores não mensuram a quantidade de alimento fornecida para seus pets, deixando o alimento ad libitum (à vontade), durante o dia inteiro. Esse fato somado a uma baixa atividade física resulta numa ingestão energética muito maior do que o gasto diário. Esse excesso de energia acaba sendo acumulado no corpo em forma de lipídios no tecido adiposo, impactando de forma global diversos sistemas do organismo de cães e gatos.

Além disso,  itens como doces, pães, biscoitos e outros alimentos são extremamente perigosos para o animal, além  de conterem grandes quantidades de calorias e facilitarem o ganho de peso, resultando em sobrepeso e obesidade.

Uma boa alimentação deve fornecer todos os nutrientes necessários para as funções do corpo do pet, o que pode incluir não apenas uma ração adequada, mas também suplementos que corrijam demandam pontuais ou individuais para cada pet, o que deve sempre ser analisado pelo Médico Veterinário. Isso não significa que o pet não pode comer petiscos, mas é importante alinhar com o veterinário para incluí-los no controle alimentar.

Por exemplo, há alguns petiscos como chuchu e abobrinha cozidos, chips de batata-doce, melão, entre outros que podem ser fornecidos de forma mais fácil como parte da alimentação do pet, já que são pouco calóricos.

Quais as principais consequências  da obesidade animal?

Alguns dos principais riscos da obesidade dos pets envolvem doenças comumente conhecidas, vamos ver algumas delas:

       • Alterações ortopédicas;
       • Manifestações cardiovasculares;
       • Diabetes;
       • Alterações dermatológicas.

Além de inúmeros outros problemas que podem diminuir a qualidade de vida do seu pet.

Em graus mais avançados cães e gatos,a quantidade de gordura no corpo aumenta a ponto de as costelas serem sentidas com dificuldade, além da cintura não aparente, com o abdômen pendente por conta do excesso.

Ainda, podemos mencionar a falta de ânimo do cão ou do gato, somados ao sedentarismo e à mudança de hábitos.

Como prevenir a obesidade em pets?

Para controlar o peso do seu pet existem algumas dicas importantes e fundamentais que podem contribuir para o bem-estar do seu melhor amigo e proporcionar uma vida mais saudável. É importante consultar um Médico-Veterinário Nutrólogo para que o profissional possa te orientar da melhor forma sobre como realizar um programa alimentar adequado, atendendo às necessidades do seu pet e viabilizando uma rotina saudável.

Alimentação controlada

A alimentação do seu animal deve ser regrada e seguir uma rotina adequada com o seu porte,raça e condições de saúde. Evite dar “lanchinhos” durante as refeições, principalmente se esses petiscos são alimentos que não fazem parte da alimentação adequada dos pets e trabalhe para que eles entendam os horários corretos de alimentação.

Caso não seja possível abrir mão dos petiscos, há várias opções menos calóricas que aumentam a saciedade, mas devem ser indicadas por um profissional. Outros fatores que podem interferir nessa alimentação são a idade e as condições de saúde do seu pet. Sempre consulte um Médico-Veterinário para a formulação da rotina nutricional do seu cachorro ou gato.

Tenha uma rotina de exercícios

Além de uma rotina de alimentação adequada, seu pet precisa manter atividades físicas regulares para estimular o seu metabolismo também. O passeio diário é muito importante e fundamental para pets que, principalmente, vivem dentro de casas e apartamentos sem acesso a áreas externas que podem colaborar com a sua interação e estimular práticas físicas. Por isso, sempre mantenha uma regularidade nos passeios.

Para gatos, é muito indicado verticalizar suas áreas de acesso, o que inclui a instalação de prateleiras e outros apoios para eles subirem e descerem. O fornecimento de brinquedos é fundamental para estimular a movimentação também, além da utilização de objetos que permitam uma interação entre tutor e seu pet.

Evite ensinar seu pet a pedir comida

Sabemos que os pets são fortemente atraídos pelo odor de outros alimentos.  Porém, é importante evitar que se crie o costume  de pedir e receber alimentos que não fazem parte da dieta dele. Além de colaborar com a disciplina do animal, você estará evitando que ele crie preferências alimentares e paladar seletivo ao conhecer novos alimentos que não constam em sua dieta regular.

Mantenha visitas regulares ao Veterinário

A visita rotineira ao Médico-Veterinário é de suma importância para a saúde e o bem-estar do seu pet. O Veterinário pode te auxiliar na construção de uma rotina alimentar adequada para o seu pet, atendendo todas as necessidades que ele possa ter, além de tirar as suas dúvidas sobre o processo de alterações da dieta que o estado de saúde e idade possam exigir, orientações sobre petiscos saudáveis e alternativas para driblar os desafios das preferências alimentares. 

Importância da prevenção e tratamento da obesidade

É importante ter em mente que a obesidade está associada a diversas outras alterações, principalmente metabólicas e articulares, que comprometem a qualidade de vida do animal. Dessa forma, os cuidados em oferecer uma alimentação adequada, praticar exercícios físicos e realizar check-ups periódicos são fundamentais para a prevenção dessa doença. Lembre-se também que o Veterinário pode sugerir suplementos para complementar a dieta do seu pet, especialmente no caso de dietas caseiras.

Porém, grande parte das doenças também exige uma adaptação nutricional que pode ser alcançada via suplementação.  A suplementação com Ômega 3 (EPA e DHA, associados a antioxidantes que garantam sua estabilidade, como vitamina E e selênio), nos casos de hiperlipidemia por exemplo, auxilia no controle dos triglicérides plasmáticos, além de possuir ações anti-inflamatórias.

Caso seu pet já apresente excesso de peso, consulte um Médico-Veterinário para adequações dietéticas e diagnóstico de possíveis doenças concomitantes!

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